Percepções docentes sobre violência institucional escolar e assédio moral horizontal

Autores

  • Fernanda Telles Márques Universidade de Uberaba
  • Fernanda Oliveira Franco Assunção Universidade de Uberaba

Palavras-chave:

violência escolar, violência institucional, assédio moral horizontal, estigmatização.

Resumo

Voltado à questão da violência escolar, o artigo propõe a discussão da relação entre violência institucional e assédio moral horizontal ocorrido no exercício da docência. A pesquisa foi realizada em uma escola pública do ensino fundamental e tem, por objetivo, desvelar e discutir as percepções de professores sobre o perfil de agressores e vítimas enredados nas tramas das manifestações de violência abordadas. Para alcançar este objetivo, optou-se por fazer uso da Triangulação (DENZIN, 1989), envolvendo estudos bibliográficos, observação continuada do cotidiano escolar e análise de dados obtidos em fonte primária. Uma vez colocados em triangulação, os dados indicam que a violência institucional ocorre em perfeita articulação com a rotina do trabalho docente, razão pela qual raramente é percebida pelos professores como sendo uma manifestação violenta. Ao final, constata-se que esta modalidade de violência também permeia as relações escolares na condição de adjuvante de outras violências, cotidianamente praticadas e/ou consentidas pelos membros adultos da comunidade escolar.

Palavras-chave: Violência institucional. Assédio moral horizontal. Estigmatização.

 

Teacher perceptions about institutional school violence and horizontal moral harassment

 

Directed to the issue of school violence, the study proposes a discussion of the relationship between institutional violence and horizontal moral harassment occurring in the teaching profession. The survey was conducted in a public elementary school and aims to reveal and discuss the perceptions of teachers about the profile of offenders and victims entangled in the web of the violence manifestations being addressed. In order to accomplish this goal, a choice was made to make use of Triangulation (DENZIN, 1989), involving bibliographical studies, continued observation of the school routine, and analysis of data obtained from a primary source. Once placed in triangulation, the data indicate that institutional violence occurs in perfect conjunction with the teaching routine, which is the reason why it is seldom perceived by teachers as being a violent manifestation. At the end, apparently this type of violence also permeates school relations as the adjuvant of other forms of violence, practiced daily and/or condoned by the adult members of the school community.

Keywords: Institutional Violence; Horizontal harassment; Stigmatization

 

 

Biografia do Autor

Fernanda Telles Márques, Universidade de Uberaba

Antropóloga, pós doutoranda em Estudos Culturais pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ, doutora em Sociologia pela UNESP de Araraquara. Membro do corpo permanente do Programa de Pós Graduação em Educação da UNIUBE, líder do Grupo de Pesquisa Espaços Plurais da Educação (UNIUBE-CNPq) e coordenadora institucional do Observatório da Educação Violência Escolar (OBEDUC/Capes). Participa da Rede de Pesquisadores sobre o Professor na Região Centro-Oeste (REDECENTRO), da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO). É autora de trabalhos sobre Pesquisa em Educação, Identidade/Diferença na Escola e Mal estar e violências nas relações escolares. Entre as produções mais recentes destacam-se os artigos “Formas do Indizível: percepções infantis sobre violências no cotidiano escolar” (Cadernos da FUCAMP, vol. 13, 2014); “Intolerâncias e In[ter]venções: 'menores' e 'crianças' no imaginário social brasileiro” (Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, v. 9, 2011), e o capítulo “A violência que convém perceber: normalização e produção social da identidade e da diferença na escola”, do livro Uma visão transdisciplinar do cotidiano (W/s Editora, 2014).

Fernanda Oliveira Franco Assunção, Universidade de Uberaba

Médica formada pela Universidade de Uberaba (UNIUBE), foi coordenadora da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade (Medicina/UNIUBE) e bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq, atuando como auxiliar de pesquisa no projeto “Da violência institucional à Violência entre pares: um estudo da violência nas relações escolares” (CNPq/PAPE-Uniube, 2011-2013). É membro do Grupo de Pesquisa Espaços Plurais da Educação (UNIUBE-CNPq). Colaborou, no presente artigo, na coleta e na sistematização de dados. É autora de diversos trabalhos apresentados em eventos científicos e coautora do artigo “Formas do Indizível: percepções infantis sobre violências no cotidiano escolar”. (Cadernos da FUCAMP, v. 13, 2014).

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Publicado

2015-01-27

Como Citar

Márques, F. T., & Assunção, F. O. F. (2015). Percepções docentes sobre violência institucional escolar e assédio moral horizontal. EVISTA ELETRÔNICA ESQUISEDUCA, 6(11), 246–266. ecuperado de https://periodicos.unisantos.br/pesquiseduca/article/view/270