Feminização do magistério: dom. circunstância ou História? Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural
Keywords:
Psicologia Histórico-Cultural, Feminino, Magistério, PedagogiaAbstract
Este trabalho é parte da pesquisa “Aprendizagem e Desenvolvimento: Concepções, Práticas e Interações no Espaço Escolar”, desenvolvida pelo Laboratório de Aprendizagem, Desenvolvimento e Subjetividade (LADES) e apoiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Foi utilizada a perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski: seus escritos sobre a influência do contexto sobre o homem e sua relação dialética com a cultura. Essa discussão se faz importante por trazer a proposta de compreensão de alguns fatores que levam a Pedagogia a ser apontada como uma profissão eminentemente feminina: processos identificatórios, aspectos sócio-econômicos e de status. A metodologia fez uso de observações das práticas profissionais e entrevistas semi-estruturadas com oito professoras de duas escolas da Rede Pública Municipal de Fortaleza, cujos nomes, para fins de citação, foram substituídos por nomes fictícios por razões éticas de sigilo. A análise dos depoimentos das professoras apontou sua entrada na docência através da identificação com referenciais femininos, marcadamente com as mães. Pode-se apreender, a partir da análise dos dados, de que modo as mudanças concretas no cenário político permearam seus trajetos e influenciaram a escolha pelo magistério. As observações das práticas das professoras indicam características típicas do feminino e uma busca dos alunos pela função materna, gerando uma interação de conflitos e angústias.
Palavras-chave: Psicologia Histórico-Cultural, Feminino, Magistério, Pedagogia.
PEDAGOGY AS A FEMALE PROFESSION: A PERSPECTIVE OF SOCIOHISTORICAL PSYCHOLOGY
Abstract: This paper is a product of a larger research project entitled “Development and schooling: concepts, actions and social interactions inside schools”. The research is conducted by the Learning, Development and Subjectivity Laboratory (LADES) and sponsored by the Ceará Foundation for the Scientific and Technological Development Support (FUNCAP). Vigotski’s Sociohistorical Psychology was used as a theoretical framework to explain why pedagogy is seen as a female profession. The methodology included the observation technique and eight semi-structured interviews as instruments to evaluate female teachers from two different municipal public schools in Fortaleza. The participants’ names were replaced with fictional names to protect their identity. The analysis of the interviews revealed that the main reason for them to choose to be teachers is their identification with meaningful female models such as their own mothers. On top of that, data analysis indicates that changes in political scenario also led them to this profession (Pedagogy). The teachers’ daily practices are related to the female gender, and students seem to see them as surrogate mothers, which results in an interaction laden with conflict and anguish.
Keywords: Female gender, Pedagogy, Sociohistorical Psychology.
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