FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ESCOLAS RURAIS: O CURSO NORMAL RURAL DE CANTAGALO (1952-1962)
Palabras clave:
, formação de professores, ruralismo pedagógico, curso normal rural, história da educação fluminenseResumen
O Curso Normal Rural de Cantagalo, único no gênero, em todo o estado do Rio de Janeiro, foi criado em 1952, durante o governo de Ernani do Amaral Peixoto. Teve uma vida breve, funcionando uma década, sendo extinto em 1962. Seu principal objetivo era o de formar regentes para atuar em escolas rurais, no interior fluminense. Tratando-se de escola experimental, foi criada sob o influxo do chamado “ruralismo pedagógico”, na defesa da urgência da “ressurreição agrícola”, no Brasil, com o duplo intento de levar, via educação, uma modernidade pretensamente adequada ao campo, bem como fixar a população do interior à terra. Depoimentos de ex-alunas e ex-educadores da instituição revelam que as egressas não conseguiam aplicar o que aprendiam, e que nem a mentalidade dos dirigentes escolares e da comunidade da época permitiam as tão comentadas inovações pedagógicas. Investigamos as questões que remetem a uma determinada assimetria ou descontextualização entre a formação que recebiam as professoras do Curso Normal Rural de Cantagalo e o arcaísmo que vigorava na rede de ensino primária, nas mentalidades e na infraestrutura da ambiência escolar. Em outras palavras, a triangulação entre Estado (formulação de políticas públicas de formação do magistério para o campo), Escola (plano pedagógico forjado no ruralismo) e Comunidade (que almeja a inserção de seus filhos no contexto urbano) revela os vértices de mentalidades e de projetos conflitantes.
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