Do Humanismo Crítico ao Neoliberalismo Pedagógico: caminhos de resistência
DOI:
https://doi.org/10.58422/repesq.2022.e1394Palavras-chave:
Dilthey, Freire, Neoliberalismo pedagógico, Pedagogia humanistaResumo
A Pedagogia Humanista organiza-se como campo de conhecimento por grande influência de Dilthey e Freire, que se opõem à perspectiva de uma pedagogia normativa, prescritiva, moralista, que predominou nos séculos XIX/XX. Dilthey e Freire empenham-se na construção de uma teoria filosófica e pedagógica que se fundamentasse em valores e normas universais, com olhar voltado à fenomenologia da prática educativa, percebida em sua historicidade dialética, rompendo com as tradições pedagógicas essencialistas, mecanicistas e neutras como atributos de cientificidade. Assim, a Pedagogia Humanista pretendeu dar primazia à vida, à prática, ao cotidiano e suas contingências, entendida em sua dinâmica inerentemente dialética, em detrimento a uma perspectiva que moralizava e prescrevia a prática, portanto, fixista e determinista. Neste artigo, na forma de ensaio crítico, a partir de bibliografia de Dilthey, Freire e autores que estudam a temática da epistemologia da Pedagogia e da prática educativa, pretendemos ressaltar como essa proposta do humanismo pedagógico se estruturou no decorrer do século XX e quais as possibilidades dessa pedagogia, agora, no século XXI, em contraponto a todo avanço da lógica neoliberal que impôs à educação e suas práticas o primado do mercado e do lucro. Consideramos a pedagogia crítica humanista como forma de resistência aos avanços da racionalidade mercadológica sobre a educação, e apontamos para outros olhares a partir de outras epistemologias, além da tecno cientificista dominante no século XXI.
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