Construção coletiva de práticas docentes emancipatórias em Tecnologia Educacional

Autores

  • Valmir Jhonatta Barbosa
  • Maria Amélia do Rosário Santoro Franco Universidade Católica de Santos/Programa de Pós-graduação em Educação

DOI:

https://doi.org/10.58422/repesq.2023.e1518

Palavras-chave:

pedagogia crítica, tecnologia educacional, cotidiano escolar, autonomia dos professores

Resumo

Este artigo recorre à pedagogia crítica como contraponto aos rumos inquietantes que a padronização acrítica das tecnologias educacionais tem produzido. Para tanto, parte da seguinte questão de pesquisa: como se torna possível a utilização emancipatória das tecnologias educacionais, de forma crítica e contra hegemônica, preservando a autonomia docente e os saberes coletivos da instituição escolar? Para a pesquisa que fundamenta o presente texto buscou-se analisar um projeto criado e implantado na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, sob a denominação de PIE: Portal da Informática Educativa. Este projeto, realizado por meio de escutas, diálogos e acompanhamento pedagógico, buscou atender às demandas da comunidade escolar, no período pandêmico. Nesta perspectiva, este artigo tem como objetivo realizar uma análise crítica sobre a utilização das tecnologias educacionais industrializadas, que têm como principal objetivo atuar como instrumentos de gestão, incorporando abordagens hegemônicas que restringem a autonomia dos professores e negligenciam os sujeitos da escola. Será discutido também como essas tecnologias contribuem para a colonização da educação. Como fundamento teórico buscou-se teoria crítica da tecnologia proposta por Feenberg, bem como autores da pedagogia crítica como Franco, Apple e Giroux. Em contrapartida ao contexto neoliberal, investigou-se uma prática pedagógica que partiu da construção coletiva de práticas docentes, que se preocuparam com práticas emancipatórias no campo das tecnologias educacionais realizada no período da pandemia em escolas municipais da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Biografia do Autor

Valmir Jhonatta Barbosa

Doutorando em Educação pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Ensino pela Universidade do Grande Rio. Professor de Informática Educativa na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias/RJ e membro no  grupo de pesquisa Pedagogia Crítica: Práticas e Formação - PPGE/UNISANTOS liderado pela professora Dra. Maria Amélia do Rosário Santoro Franco. http://lattes.cnpq.br/2016845436309502

Maria Amélia do Rosário Santoro Franco, Universidade Católica de Santos/Programa de Pós-graduação em Educação

Doutora em Educação pela USP. Professora Titular e Pesquisadora do PPGE da Universidade Católica de Santos. Líder do grupo de pesquisa Pedagogia Crítica: Práticas e Formação - PPGE/UNISANTOS. Pesquisadora 2 CNPQ. http://lattes.cnpq.br/3600560690195448

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Publicado

2023-12-18

Como Citar

Barbosa, V. J. A., & Franco, M. A. do R. S. (2023). Construção coletiva de práticas docentes emancipatórias em Tecnologia Educacional. EVISTA ELETRÔNICA ESQUISEDUCA, 15(39), 468–490. https://doi.org/10.58422/repesq.2023.e1518