A subjetivação política como possibilidade de superação do ressentimento nas instituições escolares

Autores/as

  • Murilo Oliveira Marquez Universidade de Brasília
  • Thaiane Ferreira Universidade de Brasília
  • Viviane Neves Legnani Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.58422/repesq.2024.e1380

Palabras clave:

Neoliberalismo, Ressentimento, Violência, Subjetivação Política

Resumen

Este artigo discute os efeitos do Neoliberalismo nos processos de subjetivação dos atores escolares e o ressentimento como um afeto recorrente no ambiente escolar, que tem atravessado o que hoje se denomina mal-estar na educação. Como a violência escolar vem sendo uma de suas expressões, os veículos de comunicação de massa, por meio de explicações apressadas e individualizadas, estabelecem-na em uma relação de causa e efeito, produzindo sua espetacularização. Daí a possibilidade de, no dia a dia escolar, se redimensionar a finalidade da educação neoliberal por meio dos processos de subjetivação política referenciados em Ranciere (2012; 2018). Isto é, trata-se de uma proposta de reconfiguração da forma e dos lugares hierarquicamente estabelecidos no ambiente escolar, promovendo a transformação social.

Biografía del autor/a

Murilo Oliveira Marquez, Universidade de Brasília

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Goiás. Doutorando em Educação pela Universidade de Brasília.

Thaiane Ferreira, Universidade de Brasília

Orientadora Educacional na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Especialista em Psicopedagogia pela PUC do Paraná. Mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Doutoranda em Eduação pela Universidade de Brasília.

Viviane Neves Legnani, Universidade de Brasília

Psicanalista. Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília. Pós-Doutorado pela Universidade Católica de Brasília. Docente na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília

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Publicado

2024-09-25

Cómo citar

Oliveira Marquez, M., Ferreira, T., & Neves Legnani, V. (2024). A subjetivação política como possibilidade de superação do ressentimento nas instituições escolares. EVISTA ELETRÔNICA ESQUISEDUCA, 16(41), 46–59. https://doi.org/10.58422/repesq.2024.e1380