Ecos da necropolítica neoliberal sobre o currículo na Educação Básica e na Educação Superior

Autores

  • Cristina d’Ávila Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  • Edmea Santos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

DOI:

https://doi.org/10.58422/repesq.2022.e1390

Palavras-chave:

Política educacional, Reforma curricular, Formação de professores, Currículo por competências, Neotecnicismo didático

Resumo

Este artigo visa trazer à luz reverberações da política educacional brasileira sobre o currículo da Educação básica e sobre a formação de professores, mediante as reformas educacionais resultantes da promulgação de dois marcos regulatórios: 1) a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que regulamenta e unifica os currículos da educação básica, desde 2017; e 2) a Base Nacional Comum da Formação de Professores (BNC), presente nas Diretrizes curriculares para os cursos de licenciatura (Resolução do CNE CP n° 02/2019). O currículo por competências presente no ideário da BNCC e das Diretrizes curriculares para os cursos de Licenciatura conduz à compreensão do profissional docente como um profissional técnico que aplica as decisões formuladas por agentes governamentais, configurando, assim, um neotecnicismo didático alinhado à política neoliberal em vigor. Assim, visamos trazer à luz as prerrogativas presentes nestes marcos regulatórios, mediante análise documental, e algumas das consequências produzidas que atingem milhares de professores e estudantes brasileiros, reféns de uma estratégia homogeneizadora de currículo que tolhe as capacidades de pensar criticamente e de fazer escolhas sobre futuro profissional, inserção e atuação social. 

Biografia do Autor

Cristina d’Ávila, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Cristina d’Ávila é Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pós-doutorado em Docência universitária pela Universidade Sorbonne Paris 5. Atualmente em pós-doutorado em Pedagogia Universitária na Universidade de Montreal (2022-2023). Professora Titular de Didática da Faculdade de Educação (UFBA). Coordenadora do Grupo de Estudos e pesquisas sobre Educação, Didática e Ludicidade – GEPEL. Diretora científica da Associação Nacional de Didática e Práticas de Ensino - ANDIPE - e Pesquisadora da Rede inter-regional de pesquisa sobre docência no ensino superior - RIDES. Lattes CNPq: http://lattes.cnpq.br/2584950986779890

Edmea Santos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Edméa Santos é Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pós-doutorado em EAD e e-learning pela Universidade Aberta de Portugal. Atualmente em pós-doutorado pela Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos. É bolsista produtividade pelo Cnpq. Professora titular-livre em Currículo: teorias , práticas e políticas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atua no Instituto de Educação e no Programa de Pós-graduação em Educação e Demandas Populares (PPGEDUC). Líder do GP DOC – Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura. Membro do Conselho Diretor da ABCIBER – Associação Brasileira de Pesquisa em Cibercultura. Membro do Conselho Científico da ANPED – Associação Brasileira de Pesquisa em Educação. Membro do ObFORMACCE e do Laboratório de Imagem da UERJ. Site acervo: www.edmeasantos.pro.br . Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/4023554724278836   , ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4978-9818

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Publicado

2023-04-01

Como Citar

d’Ávila, C., & Santos, E. (2023). Ecos da necropolítica neoliberal sobre o currículo na Educação Básica e na Educação Superior. EVISTA ELETRÔNICA ESQUISEDUCA, 14(36), 948–960. https://doi.org/10.58422/repesq.2022.e1390

Edição

Seção

PARTE 2: Desdobramentos das políticas públicas neoliberais no campo da educação