Ecos da necropolítica neoliberal sobre o currículo na Educação Básica e na Educação Superior
DOI :
https://doi.org/10.58422/repesq.2022.e1390Mots-clés :
Política educacional, Reforma curricular, Formação de professores, Currículo por competências, Neotecnicismo didáticoRésumé
Este artigo visa trazer à luz reverberações da política educacional brasileira sobre o currículo da Educação básica e sobre a formação de professores, mediante as reformas educacionais resultantes da promulgação de dois marcos regulatórios: 1) a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que regulamenta e unifica os currículos da educação básica, desde 2017; e 2) a Base Nacional Comum da Formação de Professores (BNC), presente nas Diretrizes curriculares para os cursos de licenciatura (Resolução do CNE CP n° 02/2019). O currículo por competências presente no ideário da BNCC e das Diretrizes curriculares para os cursos de Licenciatura conduz à compreensão do profissional docente como um profissional técnico que aplica as decisões formuladas por agentes governamentais, configurando, assim, um neotecnicismo didático alinhado à política neoliberal em vigor. Assim, visamos trazer à luz as prerrogativas presentes nestes marcos regulatórios, mediante análise documental, e algumas das consequências produzidas que atingem milhares de professores e estudantes brasileiros, reféns de uma estratégia homogeneizadora de currículo que tolhe as capacidades de pensar criticamente e de fazer escolhas sobre futuro profissional, inserção e atuação social.
Références
ALMEIDA, M. I. Professores e competência: revelando a qualidade do trabalho docente. São Paulo: Editora Summus, 2009.
BRASIL. Lei nº 5.692. Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus. 11 de agosto de 1971. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. Acesso em 09/12/22.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11, de 7 de outubro de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de dezembro de 2010, seção 1, p. 28.). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf Acesso em: 09/12/22.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP 2/2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2 de julho de 2015 – Seção 1 – pp. 8-12. Disponível em : <https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNECPN22015.pdf?query=resolu%5Cu00e7%5Cu00e3o> Acesso em: 09/12/22,
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018
BRASIL, Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Disponível em : https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNECPN22019.pdf.
D’ÁVILA, C. A didática nas Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação de Professores da Educação Básica: impasses, desafios e resistências. Revista Cocar. Edição Especial N.8. Jan./Abr./2020 p. 86-101 https://paginas.uepa.br/seer/index.php/cocar/index
FREITAS, M. H. Formação de professores- Blog da Helena. Disponível em: https://formacaoprofessor.com/ , Acesso em: 08/12/22
PIMENTA, S. G. As ondas críticas da didática em movimento. Resistência ao tecnicismo/neotecnicismo neoliberal. In: SILVA, M., NASCIMENTO, C. O., ZEN, G. C. (org.). Didática: abordagens teóricas contemporâneas. XIX ENDIPE. Salvador: EDUFBA, 2019, p. 19-64
SHULMAN, L. S. Knowledge and teaching: foundations of a new reform. Harvard Educational Review, Harvard, v. 57, n. 1, p. 1-22, 1987.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Revista Eletrônica Pesquiseduca, Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade Católica de Santos (ISSN: 2177-1626) é detentora dos direitos autorais de todos os artigos publicados por ela. A reprodução total dos textos em outras publicações, ou para qualquer outro fim, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, mais de 500 palavras de texto, tabelas, figuras e outras ilustrações) deverão ter permissão por escrito do editor e dos autores.