EDUCAÇÃO DE PERÍODO INTEGRAL E INCLUSÃO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO PROGRAMA SUPERESCOLA
Resumo
A educação de período integral tem sido objeto de debate no campo das políticas públicas para a educação e tem atraído a atenção de educadores e pesquisadores como Gallo (2002), Cavalieri (2002), Gonçalves (2006) e Mauricio (2009), que promoveram reflexões acerca das diversas proposições existentes e sobre a forma e a função da ampliação da jornada escolar. A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), em seu Artigo 34, Parágrafo Segundo, estabelece normas e metas para a ampliação gradativa da jornada, o que ilustra a relevância do tema na pauta das discussões sobre políticas públicas para a educação. A pesquisa teve como objetivo voltar um olhar para os professores de educação física que trabalham no Programa SuperEscola, um projeto de educação integral promovido pela Prefeitura de Praia Grande (SP). A pesquisa buscou compreender as percepções que esses professores têm do Programa, assim como desvelar os significados atribuídos aos temas ensino de período integral e inclusão social. O estudo teve, na teoria das representações sociais idealizada por Serge Moscovici, o referencial teórico e metodológico para o seu desenvolvimento. Os instrumentos de coleta de dados foram um questionário de perfil, entrevistas e o teste de associação livre de palavras. Os dados da entrevista foram tratados segundo a análise de conteúdo proposto por Bardin (1977) e os coletados pela associação livre de palavras foram analisados pelo software EVOC (2002). Os resultados indicaram que há contradições entre as diretrizes do Programa SuperEscola de Praia Grande (SP), as representações sociais dos professores de educação física, as expectativas dos gestores e as concepções originárias de seus idealizadores. A principal discrepância envolve os conceitos de educação física escolar e escolinha de competição.
Palavras-chave: ensino de período integral; Programa SuperEscola; representações sociais; inclusão.